sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Quinto cântico

Meu coração se expande.
Sufocada, quero gritar.
Sufocada, silencio.
Que grito seria possível para dizer de Ti?
Que som seria suficiente para revelar a Tua presença?
Que sussurro poderia tornar visível o conforto de me deitar em Tua cama suave?
Deitada em Tua cama, preenchida pela Tua presença, me calo.
Mas bem sei que meus olhos Te revelam,
porque Tu sais de mim junto do amor que me liga ao mundo.

(Fevereiro de 2012)

A visita

O guarda-chuva aberto
guardou da água
meus cabelos e meus olhos,
mais abertos,
acumularam encantos.
Foi quando acordei de repente,
apaixonada, e você
me olhava em silêncio,
seus olhos convidando para a vida.

(Meados dos anos 90)

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Canção para acalmar o pássaro selvagem

A terra, que nunca se cansa de reviver, está livre e nua, pronta para a vida, mais uma vez.

(Fevereiro de 2012)

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Dividindo a culpa

Transformar-me... deixar de ser o que costumava ser, para ser o que sou. Ah, isso é doloroso como deixar o ar abrir os pulmões por dentro pela primeira vez. E é assim que me sinto, partida por dentro, menina recém-nascida por meio da dor de se libertar de partes daquilo que fazia parte de mim. Arejada pelo vento que vivifica e machuca, ao mesmo tempo.
E de tudo o que é novo agora, uma coisa sobressai entre as outras: a consciência de que não sou culpada por tudo de ruim que me acontece. Os outros também têm sua parte...

(Fevereiro de 2012)

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Descoberta espantosamente óbvia

Eu sou um animal.

(Fevereiro de 2012)