sexta-feira, 21 de abril de 2017

Submersa

Ele chega repentino dizendo
 - amada -
e o amor como água se despeja em mim
 - me afogo.
Viro bicho inquieto
eu que sou só um nada sem flor
uma coisa à toa.
Me ama por quê?
E eu, que sei amar um galhinho qualquer de mato que cresça por perto,
quase pressinto que ser amada é um dom justo.
E eu, que nado e boio sem esforço,
me entrego ao rio intenso que me envolve.
E bebo em goles grandes a água que só aumenta.
E no avesso de mim as correntes se entrecruzam.
Amada, me desfaço.
Amada, me rebroto.
A Tua seiva-amor me alimenta.

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