Os blogs serão meu caminho para levar meus escritos para fora de mim. Ou a terra onde tentarei plantar minhas flores. Trarei coisas antigas e coisas novas, grandes e pequenas, inteiras e em pedaços. Espero que sejam também o caminho por onde receber de volta frutos e novas flores, de fora para dentro de mim.
Inteira submersa
na lama crua
do rastro do que fiz.
Dejetos acumulados,
cheiro adocicado
misturado à podridão.
O mal que sai de mim
me afoga em pranto partido.
O mal que vejo em mim
me coloca como um ponto qualquer no meio do mundo.
Quebrada, vejo a curva do caminho.
O ponto de virada,
a terra remexida,
o broto.
As Tuas mãos amaciando a terra,
regando o broto.
Eu nascendo inteira e nua.
Idêntica à matéria bruta que me cerca.
Quando tudo parece árido
e o amor escapa
e o rancor se mostra -
quando o chão parece todo só deserto
e as surpresas mais fazem chorar do que rir -
quando o Teu rosto parece se esconder de mim
(ah, não te esconde não)
me aquieto e só espreito
- espreito espreito -
até ver Tua sombra ao longe.