Ele chega repentino dizendo
- amada -
e o amor como água se despeja em mim
- me afogo.
Viro bicho inquieto
eu que sou só um nada sem flor
uma coisa à toa.
Me ama por quê?
E eu, que sei amar um galhinho qualquer de mato que cresça por perto,
quase pressinto que ser amada é um dom justo.
E eu, que nado e boio sem esforço,
me entrego ao rio intenso que me envolve.
E bebo em goles grandes a água que só aumenta.
E no avesso de mim as correntes se entrecruzam.
Amada, me desfaço.
Amada, me rebroto.
A Tua seiva-amor me alimenta.
sexta-feira, 21 de abril de 2017
terça-feira, 4 de abril de 2017
Presença
Tudo em mim está aberto agora
vejo a belezinha besta de cada flor do meu lençol
sinto o cheiro do bolo que fiz na semana passada
recebo o suor do homem que já se trocou
pressinto a lua crescente pela janela fechada
expando-me
livre
respirando, respirando
inteira.
Porque inteira sou no Teu sopro
Teu corpo.
Aberta
qual peneira que não carrega água -
que filtra a luz que cega
e me expõe ao avesso diante de Ti.
E o Teu halo me arrepia
dentro e fora
no peito e na pele.
Ah, Deus, me sossega dessa alegria,
vai-Te embora,
me deixa dormir.
vejo a belezinha besta de cada flor do meu lençol
sinto o cheiro do bolo que fiz na semana passada
recebo o suor do homem que já se trocou
pressinto a lua crescente pela janela fechada
expando-me
livre
respirando, respirando
inteira.
Porque inteira sou no Teu sopro
Teu corpo.
Aberta
qual peneira que não carrega água -
que filtra a luz que cega
e me expõe ao avesso diante de Ti.
E o Teu halo me arrepia
dentro e fora
no peito e na pele.
Ah, Deus, me sossega dessa alegria,
vai-Te embora,
me deixa dormir.
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