Escrevo porque vivo, desde a infância, uma relação ambígua com o que me cerca. Por um lado, a impressão de uma distância absurda, um abismo entre mim e o mundo; impressão incômoda, pela solidão implicada, mas também prazerosa, pelo ganho de vida interior. Por outro lado, um amor profundo pela exterioridade que me envolve; amor revelado em desejo e fome intensos e perturbadores. Na impossibilidade de estabelecer uma relação direta com o mundo tão desejado, forjei uma ponte – esta ponte é a escrita.
(Setembro de 2010)
terça-feira, 21 de setembro de 2010
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