segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Quarto cântico

Nas Tuas mãos, repouso.
Mas meu coração inquieto me desperta do sossego,
e, mesmo em Tuas mãos, ainda sofro.
O coração,
como um filhote faminto de fera que ainda não aprendeu a caçar,
chora e pede.
E Tu, como a fêmea que sabe que não pode mais alimentar a cria,
apenas me chama e diz: "caminha".
E eu, entre perdida e assustada,
caminho, choro e peço.
E creio.
E no caminho mais me perco,
no choro mais me desconsolo,
no pedido mais me rasgo.
Mas creio.
Me lembro então de Tuas mãos -
e repouso outra vez.
E o filhote, sossegado, não chora nem pede mais.
Já sabe que possui tudo, se descansa em Tuas mãos.

(Outubro de 2011)

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