A menina,
depois de reunir em si
tudo o que tinha de mais
bonito
e raro
e simples
e oferecer ao moço que a encantara
e vê-lo rejeitar sorrindo sua oferenda,
recolheu-se em si
e deixou a dor vazar lenta
gota a gota
até que só restasse um filete de água
onde outrora havia um mar
e então
desentendida de si
viu no quintal de casa um arco-íris
e mergulhou no filete de água sem medo nem nada
e no fundo da água reencontrou o mar
e a água toda provinha do mesmo fundo de onde vinha a dor
do mesmo mar de onde vinha o amor
da mesma alma que lhe sorria nos olhos
da vida mesma
que era simples e uma só - vida de menina,
de menina do mar.
(Outubro de 2012)
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
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O menino, talvez, não se saiba a si próprio
ResponderExcluire se oculte em seu castelo
resguardado ou fugido do mundo
que o assusta
E pede proteção à alguma santa madre qualquer coisa
para que o proteja da dor:
o menino está descobrindo que tem medo da dor.
Muito medo da dor.
No mesmo mar, a dor e o amor...
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