quarta-feira, 29 de maio de 2013

Contemplação

No Teu rosto de olhos límpidos
vejo o mundo todo.
Vejo águas mansas e
no fundo
o mar bravio.
Vejo o Sol que cega
e a Lua que amansa.
Vejo a mim mesma
correndo apressada à procura de mim -
parando atônita ao encontro de Ti.
Olho Tua face e caio.
E tudo deságua nos Teus olhos.
E nado nua nestas águas.
Tu és para mim, então,
o onde quero estar,
o limite que não quero ultrapassar,
o fio que me delimita
sem me impedir de nadar.
Onde sou, a um só tempo,
livre e limitada.
Onde me entrego,
mas não me perco.

(Maio de 2013)

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