segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Êxtase

A menina para no meio da floresta
atraída por uma fruta recém caída.
Se abaixa, se inclina, se abre.
Pega nas mãos a fruta que é grande e tenra
como a sede nova que a preenche.
Com a fruta nas mãos, se deita e se suja na terra.
Deitada de lado, uma das mãos lançada no chão como antes a fruta,
a outra mão leva a fruta à boca.
A língua roça de leve o que se oferece e parece ser tanto e tão bom,
que a menina teme.
Teme o que é maior do que ela.
Mas o sabor da fruta já a invade e tomba o medo.
E a menina é toda fome e prazer.
O prazer que irrompe e rompe -
não há temperança
não há equilíbrio
não há sensatez.
A menina está além de si.
Em Ti.

(Dezembro de 2013)

Nenhum comentário:

Postar um comentário