ô paizinho
ô choro sem jeito
ô lamúria sem fim:
minha mãe não me amou
meu pai me largou
sou desajeitada no amor
afobada na amizade
ansiosa na fome
envergonhada na fé.
Ê menina sem rumo.
Sem nada.
Ê menina esquisita.
Sem jeito nem nada.
Ô meu pai
me salva de mim
me leva daqui
me mostra um jeito
de ser
um jeito qualquer.
Ô paizinho
me tira essa fome
me dá seu remédio
me dá seu amor
me dá.
Ê menina sem prumo
cadê a vergonha?
O pai já te viu
já te deu o mundo
vê se te emenda
menina faminta!
(Janeiro de 2014)
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