domingo, 28 de junho de 2015

Nascer

Folhas todas esparramadas
secas, verdes, inteiras, quebradas,
as folhas todas de mim esparramadas.
E eu, cérebro disforme,
desencontrada, caída no monte de folhas.
Brinco. A criança se joga no monte.
Brinco. E não sei.
Não sei de mim.
Não sei de cada folha.
Mas uma cicatriz é rasgada a cada folha quebrada.
E dentro da ferida a chance
a chance única, a chance renovada.
É da ferida reaberta que se pode nascer.
E é assim, sem saber e na dor
que busco Teu sopro
e nele me entrego.

(Junho de 2015)

Nenhum comentário:

Postar um comentário