quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Pai e mãe

Meu pai mentia.
Minha mãe se amargurava.
A mentira e a amargura me guiavam
e em mim nasceu o horror -
a mentira e a amargura me tonteiam.
Não minto, não me amarguro
agora que me abri em mulher.
E em mulher, diante da tenra fruta da vida
abro a boca e dela sai o que sou
abro os braços e deles saem amor.
Perdoo.
O pai. Mentira amorosa.
A mãe. Verdade amargurada.
E a vida agora me mostra:
Tudo são os caminhos da dor.
Longe de Ti.

(Novembro de 2015)

Um comentário: