domingo, 17 de janeiro de 2016

Sem paz

No rio que é minha vida
correm círculos mágicos de luz
junto à simples torrente do tempo.
Entram amores que são flores e
outros que espetam como cactus.
Correm folhas repletas de sonhos vãos -
como finalmente subir alto numa árvore
ou mesmo só descobrir o jeito de equilibrar-me em duas rodas.
Há também barcos vazios com cheiro de solidão.

Mas no rio que é minha vida não há lugar para o que não vive.

No que morre,
a alma rebrilha e remexe.
A alma que me corre como rio não se sacia -
é como uma boca escancarada à espera do sonho.
E, com ela,
em cada tronco caído
vejo o Teu rosto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário