a cidade me turva a vista com seus tons de cinza –
saio para me refrescar e a natureza me colore a alma
verdes, azuis, vermelhos e amarelos
e mais o canto dos pássaros e das águas
e mais o silêncio que passa por entre os sons
quando volto, crescida por dentro e com olhos mais livres
sou como um animal que se debate contra as grades
os olhos turvos, a saudade do silêncio
e a leve lembrança que é quase mais do que um consolo
(Janeiro de 2011)
domingo, 30 de janeiro de 2011
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o olhar agressivo do cão raivoso,
ResponderExcluiro gosto amargo da pétala selvagem,
o cheiro insuportável do corpo putrefado,
o arranhão no braço pelo gato insubmisso,
o mosquito que teima em me picar,
a chuva que arrasta árvores,
o frio que me prende à minha casa,
a consciência do fungo dentro do meu corpo
são meus antídotos mais valiosos:
me lembram que meu corpo é matéria
e minha anima está anestesiada.
Tudo aquilo que o concreto quer que eu esqueça.