sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Segundo Cântico

Perdida estou em Tuas mãos.
Não sei de mim, mas descanso.
Não há mais luta, não há mais desassossego.
Só este roçar estranho do Teu hálito,
este não saber que me conforta de mim,
este desentendimento que me deixa quieta,
que me lança no chão com os olhos colados na imensidão do céu,
com as palmas das mãos voltadas para Ti,
com o coração aberto como uma chaga viva,
à espera da Tua voz.
E bem sei que Tua voz é inaudível,
que os Teus caminhos são incógnitos,
mas mesmo assim, espero.
Espero pelo que não há,
porque aí estão os Teus sinais.
E faço de mim a areia para as Tuas pegadas.
E da minha dor, o material para a Tua ação.

(Agosto de 2011)

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