sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Fragmento de coisa

Para o leitor que comentou a postagem do dia 1.8.2010

Sim, agora sei:
o monstro é o desejo.
Perdida,
o olho sem medo
sem luta
e espero.
O monstro-desejo
me toma.
Tomada,
me sento com as palmas das mãos voltadas para o céu
e choro.
Só da natureza vem o consolo.
E o consolo é ser como todas as coisas:
simples folha lançada ao vento
correndo ao sabor de forças
que são enigmas
que são perenes
que estão na infinita distância
daquilo que não posso tocar
com minhas mãos
que são feitas de terra.

(Novembro de 2010)

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