quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O descanso

O cheiro de terra úmida se insinua, a felicidade se esgueira por entre as áridas escarpas do caminho que corre no alto da montanha. O céu, muito próximo, consola de azul e branco o vento gelado que não para. O calor, por dentro do corpo que caminha sem queixas, reconhece de longe o sabor do que se insinua, do se esgueira, do que força entrada e quer transformar as escarpas em terra macia e a aridez em descanso.
E quando puder descansar, o corpo que caminhou sem queixas tocará a terra como a um amante. E aspirará seu cheiro tenro e, ébrio, alcançará o ponto mais alto da montanha. E acenará ao pássaro que voa longe, muito longe, e no aceno, breve, estarão juntos, como sempre.

(Agosto de 2011)

Nenhum comentário:

Postar um comentário