A menina tocou, de leve, o regaço da mãe.
Era quente. Era perfumado.
E o calor perfumado se derramou
como o leite
por entre as entranhas da menina
que agora sabia:
era bom deixar sair,
como uma má presença que se exorciza,
cada grão de rancor
que amarga a vida e descolore o mundo.
E o calor perfumado fez reviver na menina
o amor antigo e mais doído
que vinha carregando, escondido,
desde antes de ser trazida ao mundo.
A menina então, se olhou no espelho, sorriu,
e correu pela estrada recém desbravada
pela dor.
(Setembro de 2011)
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
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